Wednesday, April 13, 2011

37 - O socialismo outra vez na gaveta - O Fim da Terceira República (5)

The fall of the Berlin wall
5. O socialismo outra vez na gaveta
Como os pobres a quem sai a lotaria, gastam tudo disparatadamente e acabam depois a pedir, assim este regime começou por desbaratar a tesouraria anterior, teve que chamar o FMI e pôr o socialismo na gaveta para tomar as medidas necessárias para recuperar das duas primeiras crises financeiras, esbanjou os benefícios da entrada na Comunidade Europeia, com os juros baixos e os fundos de coesão, e acaba agora na terceira falência financeira.
O socialismo chega sempre ao fim quando se acaba o dinheiro dos outros, uma verdade que abarca a Europa, da Inglaterra de Thatcher à União Soviética de Gorbachev, passando pelos países do Sul que acreditam que haverá sempre alguém, sejam “eles” ou “os ricos”, para pagarem tudo a que se acham com direito. Acabaram-se primeiro as economias da governanta Salazarista, depois as transferências dos primos no estrangeiro e finalmente os dinheiros do casamento com Bruxelas.
Este “nobre povo” tem que mudar de mentalidade e começar a trabalhar a sério, a viver do que ganha e sem recurso ao crédito, a perceber que a educação e a saúde “tendencialmente gratuitos” não aparecem por milagre, a receber reformas proporcionais aquilo que efectivamente descontou para a velhice, a compreender que os subsídios do Estado são pagos pelos impostos de todos (todos... enfim, sejamos optimistas).
A primeira das lições de cidadania deve informar que, em relação a cada cidadão, assim como em relação ao país inteiro, para que a economia possa crescer... é preciso produzir mais do que consome. Uma parte da população não sabe fazer e ainda menos cumprir, um orçamento pessoal ou familiar equilibrado, tornando-se presa fácil de todo o tipo de predadores, económicos e outros. Depois queixam-se que os governantes que elegem, não fazem melhor com o orçamento do Estado...
(continua)
JSR

3 comments:

  1. Acho que a questão então é como, em que área, e em quê é que Portugal se possa distinguir em produzir algo que dê riqueza ao país? Há certas industrias em que Portugal se destaca internacionalmente: Vinhos, azeite, turismo... mas essas não são industrias que podem formar uma base de crescimento para uma nação do "primeiro mundo" -- no melhor são industrias que ajudam a promover o "Brand" português no palco internacional. Portugal não parece ter muitas vantagens para industrias "pesadas" como construção de maquinas e carros: O custo de mão de obra não se pode comparar com países como a China ou Taiwan. Mesmo na indústria da informática, a maioria dos diplomados foram treinados no status-quo da Microsoft, igual a maioria dos diplomados da India que têm necessidades salariais muito mais baixas, e com os quais é impossível competir. Esse típo de formação também não dá a sabedoria necessária para criar inovação, que estes dias sai de sístemas "open-source" como Linux o da plataforma da criatividade que sempre foi a Apple. Nunca é demasiado tarde para corrigir este rumo informático, mas quem quer apostar que milhões de jovens Indianos também já realizaram isso? O que resta? Biotecnologia é para onde a informática lentamente se dirige, mas o que é que Portugal terá de diferente de que o resto das nações com universidades a fazer pesquisas de ponta? Acho que no meio desta crise não se deve "throw away the baby with the bathwater" como dizem os americanos: Portugal tem nos últimos anos criado uma base de conhecimentos e sabedoria sobre energias renováveis, e tem sido reconhecido internacionalmente por isso. Portugal também tem a terceira maior Zona Económica Exclusiva marítima dos países da União Europeia (e a décima-primeira no mundo). Isso dá ao país um grande "comparative advantage" em termos de acesso a fontes naturais de produção de energia renovável. Fontes como o vento, as ondas, e as correntes do mar. Com investimentos audazes e inteligentes, poder-se-á tornar essas vantagens em alternativas (cada dia mais necessárias) ao ouro preto do médio oriente. Será que se falará em tempos futuros do ouro azul lusitano?

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  2. Este link não apareceu no texto, por alguma razão desconhecida, quando falava da Zona Económica Exclusiva de Portugal: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Portugal_Exclusive_Economic_Zone.png

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  3. Bom comentário, trata de assuntos essenciais para o progresso da economia portuguesa.
    O futuro está nas indústrias da inteligência. Na pesquisa há cada vez mais ideias e esforço, sobretudo nas Universidades, mas as aplicações práticas muitas vezes fogem para outros lados, por falta de investimento nacional. Embora muito continue a ser feito cá, deveria ser muito mais.
    Quanto ao espaço marítimo, está a ser feito o levantamento do continental shelf. Entretanto, foram feitos grandes disparates ao deixar reduzir as frotas de pesca e de transporte, que vão levar muito tempo a recuperar.

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